O Mandarim” pertence à fase realista da Eça de Queiroz , mas é um texto a parte devido ao seu caráter fantasioso e cômico. Representa, portanto, um ponto de virada, onde o escritor abandona a preocupação naturalista. É mais um conto que uma novela, pois a trama se concentra à volta de uma só personagem de nome Theodoro. Theodoro era ambicioso, rezava para ganhar na loteria. Até que um dia, leu o seguinte trecho: No fundo da China existe um mandarim mais rico que todos os reis que a fábula ou a história contam (...) Para que tu herdes os seus cabedais infindáveis, basta que toques essa campainha, posta ao seu lado sobre um livro. Ele soltará apenas uns suspiros, nesses confins da Mongólia. Será então um cadáver; e tu verás a teus pés mais ouro do que sonha a ambição de um avaro. Tu, que lês e és um homem mortal, tocarás tu a campainha?.