«O Livro do Desassossego é para nós, hoje, um manual de sobrevivência.» (...) «É um livro de sonhos e, completamente, uma apologia do sonhador. Em toda a sua grande diversidade e fragmentação existe, ainda assim, um refrão constante: mais vale viver na imaginação do que no mundo real. O génio do Livro reside, em parte, no que tem de fragmentário, de hesitante e de (recorrendo agora ao léxico de Pessoa) ‘intervalar’. É um livro que não o é, e, como tal, reflecte perfeitamente a alma de quem o escreveu. Pessoa, um pós-modernista ‘avant la lettre’, deixou-nos o livro, ou anti-livro, mais emblemático do final deste século». As palavras são de Richard Zenith, investigador pessoano.